domingo, 27 de janeiro de 2013

Hoje...

    Inventei de, hoje, vasculhar um assunto que me intriga há tempos... percebi que o tempo que dispensei à ele até então... foi nada...! Que assunto é esse?... Eu digo! O futuro! Mais precisamente: do planeta! 
    Não tenho a pretensão de prevê-lo... mas sinto que preciso (precisamos) pensar mais conscientemente sobre como estamos agindo no tocante a natureza... e nas consequências disto! Não posso continuar fingindo acreditar nessa não vulnerabilidade do planeta... que já mostra-se machucado... Suas chuvas mais eletrizantes e seus raios solares mais escaldantes, menos filtrados, nos mandam recados palpáveis... 
     Nesse caminho terreno já trilhado, do qual fazemos parte, (entenda-se todo o período que
habitamos a Terra, através das encarnações em corpos humanos) até a atual situação em que nos encontramos... tento imaginar sequencialmente a vastidão de descobertas e belas invencionices que compuseram a nossa história... encanta-me a quantidade... fascina-me a rapidez com que no século passado as novidades atropelaram-se em ritmo alucinante (mesmo)... e o atropelamento se mantém... e... se supera... É um potencial criativo estonteante ao qual temos tido acesso. A cibernética, a arquitetura, a indústria automobilística... e modelos e modelos de aparelhos e produtos se ultrapassando numa velocidade despropositada, incitando uma dependência de um consumismo onde midiaticamente somos tentados a nos deixar envolver, impensadamente... onde deixamos que o tempo nos escorregue tão ligeiramente (não se vislumbra a escassez do tempo para assuntos importantíssimos - essência) porque o gastamos tensa e cegamente numa ânsia de não se sabe o quê (!)... através desse materialismo enceguecedor... que por sua vez... acumula altíssimas taxas de material desprezado, como se seu descarte fosse magicamente engolido pela Natureza... e transformado instantaneamente em pó... ... ...
    Não desfaço da sublimidade inventiva humana (aliás, sou uma artista e me alimento dela, física e essencialmente),  admiro designs e obras exímias...admiro cores harmoniosamente usadas e traços deslizantes... admiro o que nos cerca graciosamente... mas daí a querermos adquirir tudo o que vemos ou nos é oferecido...! Essa situação gera, sem que o percebamos, seres ansiosos... insatisfeitos... porque o tempo disponível é revertido em conquista de cifras para aquisições, tantas vezes, desnecessárias. Claro que não falo aqui, do consumo natural de produtos que nos agradam, além da nossa subsistência... não descarto meios que nos ofereçam conforto, alegrias...  isso seria incoerente com o caminhar evolutivo... Falo aqui, da falta de questionamento, do excesso de auto-exigências... aos quais nos deixamos enredar... Fico imensamente feliz se vejo a felicidade de alguém por alcançar seus sonhos materiais... só me preocupo com esse torpor insaciável que percebo em tantos olhares humanos...
    Ah! O caminhar do planeta! Esse assunto "futurístico", que parece ser visto como ficção, no tocante as consequências dos nossos hábitos descartáveis e inconsequentes, já nos alcançou... já é presente... mas ainda podemos pensar sobre o futuro próximo... antes que ele nos atropele mais enfaticamente... Há sim, pessoas que individualmente ou em grupos, não se importam de ser taxadas de "exageradas", por dedicar a vida ou momentos dela,  ao cuidado para com a preservação de sua (nossa) morada planetária ... Eu os chamaria: "seres de olhar aberto"... Administrando seus excedentes (lixo e não lixo), conscientemente, lutando com a preguiça de mudar antigos hábitos (reconheço... é mesmo difícil, inicialmente, mudá-los... mas depois... se tornam novos hábitos!!!) separando produtos recicláveis... fazendo compostagem... reutilizando criativamente... doando... não desperdiçando... essas medidas pequenas só são pequenas porque isoladas, se em montante... (ah!) seriam medidas estrondosamente importantes ao ambiente físico planetário...! É interessante persistirmos nessas medidas preservadoras, não desmereço a importância desses começos isolados, é o caminho natural das grandes mudanças... ... ... ...
   Não tenho, através desse texto, a menor intenção de acusação, e sim, de um alerta carinhoso... Mas o que me está incomodando tão fortemente hoje, é essa incoerência, tenho que dizer, sobre tantos investimentos de caráter bélico (armas de precisão máxima, filmes estimuladores de violência, jogos sangrentos...) e na exploração extraplanetária (por mais que me fascine a astronomia, seria coerente arrumarmos a "casa" primeiro, para depois pensarmos em  nos aventurarmos ao fascinante espaço... ... ou agiremos como crianças, demonstrando uma não percepção do que nos é prioridade... não falo aqui de pesquisas astronômicas úteis ao nosso desenvolvimento e segurança, como satélites que nos possibilitam visualizar
os arroubos da natureza... evitando muitas catástrofes ou suavizando suas consequências... ). Prudente seria centralizarmos primeiramente nosso foco em saúde, educação e novas fontes geradoras de energia limpa... Esta é a urgência do planeta. Pensar nele como um belo habitat de vidas de necessidades iguais... independentemente de territórios... Um planeta, um só território!... Dividido em partes apenas para melhor gerir-se... não seria isto um belo e sensato propósito para a condição humana atual? Utopia? Não! Racionalidade!!! Sabemos, apesar da pouca divulgação, que há muitos trabalhos altruístas espalhados por todo o globo, em vários segmentos deficientes, que há grandes estudos sobre a energia do "futuro"... células solares a base de corantes orgânicos, energia marítima, eólica, baterias recarregáveis tendo o lítio como excelente condutor de energia e eletricidade... Apesar de leiga nesses assuntos, sinto uma gama de possibilidades reais a caminho... Pressinto possibilidades aflorando... parecendo amarradas ao sistema vigente... mas pressinto também desamarrações... pontas de cordas que desatadas farão novos e belos laços...
    Gostaria de ouvir mais vozes, que sei , as há... interessadas em expor sua preocupação com o direcionamento de tantas ações imaturas, em assuntos tão englobantemente sérios... Gostaria de sentir unidas as nossas forças pacíficas... essas... as maiores... ! Como? Nos utilizando de nossos meios, cada qual, do seu instrumento possível... eu, através da arte visual; a mídia, através de seu poder abrangente; os músicos, através de suas composições; os diretores e atores, através de filmes e peças teatrais (comédias ou dramas... mas que nos mostrem a nós... humanos mais humanos... ainda que muitas vezes escondidos de si mesmos...e que precisam apenas criar coragem, ser estimulados,  para acreditar no melhor)... e você... do seu jeitinho... ou "jeitão" ... enfim, cada qual descobrindo formas de agir cuidadosamente para com a preservação do planeta e de manifestar-se perante o outro... sempre carinhosamente... para que possamos, ao agirmos concretamente, atingir a meta maior... suavizando o contexto do nosso redor físico e espiritual.    
Amor
Elze

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